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Câmbio Powershift: o que você precisa saber antes de comprar um carro com esse câmbio?

tudo o que você precisa saber antes de comprar carro com cambio powershift

O câmbio Powershift da Ford gerou controvérsias desde seu lançamento em 2010. Presente em modelos como New Fiesta, Focus e EcoSport, ele equipou milhares de veículos no Brasil. Antes de comprar um carro com esse sistema, entenda os principais problemas, vantagens e cuidados essenciais para evitar dores de cabeça.

O câmbio automático Powershift da Ford chegou ao mercado mundial em 2010 causando muitas polêmicas desde seu lançamento. Entre elogios e críticas, veículos com esse tipo de câmbio foram comercializados em larga escala no Brasil. 

A gama de veículos usados com esse tipo de câmbio é enorme e por isso é um assunto muito comentado até hoje no setor automotivo. Os modelos da Ford que tem o Powershift são: New Fiesta, hatch e sedã; Focus, hatch e sedã; e EcoSport. 

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A promessa tecnológica do Powershift

Conhecido tecnicamente como DPS6, o câmbio Powershift é uma transmissão automatizada de dupla embreagem e seis marchas. Ele foi projetado para funcionar de maneira semelhante a um câmbio manual, mas com trocas automáticas realizadas por sensores e um sistema eletro-hidráulico. O grande diferencial eram as duas embreagens: uma dedicada às marchas ímpares e outra às pares, semelhante ao sistema PDK usado pela Porsche.

Na prática, essa arquitetura permitia que uma marcha estivesse sempre “engatada” enquanto a outra era preparada, resultando em trocas quase instantâneas. Com isso, a Ford prometia não só mais conforto, mas também menor consumo de combustível em comparação a câmbios automáticos convencionais.

Problemas recorrentes e a crise da confiança

Apesar da teoria sofisticada, a realidade dos proprietários foi bem diferente. Em pouco tempo, milhares de unidades dos modelos equipados com o Powershift começaram a apresentar falhas graves: trepidações nas saídas, perda de potência, superaquecimento da transmissão, ruídos anormais e trancos nas trocas de marchas. Muitos relataram travamentos repentinos que comprometiam a segurança do veículo.

A situação chegou a tal ponto que o Procon-SP notificou a Ford em 2016. A montadora então reconheceu os defeitos e iniciou um programa de reparos. A garantia, inicialmente de três anos, foi ampliada para cinco anos ou 160 mil quilômetros, e posteriormente para dez anos ou 240 mil km.

De acordo com a Ford, os problemas estavam relacionados à contaminação de uma das embreagens (que opera a seco) pelo fluido da transmissão, o que causava falhas de funcionamento. A solução proposta envolvia a troca de vedações, mas mesmo após os reparos, muitos carros continuaram apresentando os mesmos sintomas.

Prejuízos milhonários para a montadora e o consumidor

A tentativa de contornar a crise custou caro. Estima-se que a Ford tenha gasto cerca de US$ 3 bilhões globalmente com ações corretivas e processos judiciais. Nos Estados Unidos, uma ação coletiva resultou em uma indenização de US$ 35 milhões. No Brasil, consumidores também recorreram à Justiça para exigir reparos e compensações.

Em meio a esse cenário, muitos proprietários optaram por buscar solução fora da rede autorizada. Oficinas especializadas passaram a oferecer serviços de reparação do Powershift com preços variando entre R$ 7 mil e R$ 10 mil, dependendo do dano. Além do custo elevado, havia também a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada para esse tipo de transmissão.

Danos à imagem da Ford e impacto no mercado de usados

O impacto no mercado foi profundo. Os modelos equipados com o câmbio Powershift passaram a ser vistos com desconfiança por lojistas e consumidores. A desvalorização dos veículos usados é significativa: um New Fiesta com câmbio manual leva em média entre 15 e 30 dias para ser vendido, enquanto um com Powershift pode ficar até 120 dias no pátio.

Essa desvalorização gira entre R$ 1.000 e R$ 2.000, mas muitos revendedores preferem sequer negociar esses modelos, temendo problemas futuros e reclamações de clientes. A imagem do Powershift ficou tão arranhada que até hoje afeta a percepção sobre os câmbios automáticos da marca.

Mudanças na estratégia da montadora

A Ford manteve o Powershift nos modelos Fiesta e Focus até 2019, mesmo diante das críticas. No EcoSport, a marca decidiu substituir o sistema por uma transmissão automática convencional semelhante à utilizada no Ka. Essa mudança foi vista como uma tentativa de recuperar a confiança do consumidor.

Mecânicos especializados apontam que os principais problemas do Powershift incluem falhas na vedção da caixa seca da embreagem, levando à oxidação de componentes como garfos e rolamentos, e ao eventual travamento do sistema. Os atuadores das embreagens, bastante expostos à umidade, também são vulneráveis.

Considerações antes da compra

Se você está considerando adquirir um veículo com câmbio Powershift, é fundamental avaliar com cautela. Verifique o histórico de manutenção do veículo e se ele passou por todos os reparos e recalls recomendados pela Ford. Avaliações em oficinas especializadas também são recomendadas antes da compra.

E se você já é proprietário e está enfrentando dificuldades para vender seu carro com Powershift, a InstaCarro pode ser uma alternativa eficiente. A plataforma conecta o vendedor a centenas de lojistas de todo o Brasil, aumentando as chances de uma venda rápida, segura e com valor justo, mesmo em casos de veículos com histórico delicado como os equipados com esse câmbio.

Conclusão

O câmbio Powershift representa uma lição importante sobre a implementação de novas tecnologias automotivas. Embora a proposta fosse avançada, falhas de projeto e problemas de confiabilidade comprometeram sua reputação. Para quem está no mercado de usados, o cuidado é essencial. A transparência na negociação e a busca por plataformas confiáveis como a InstaCarro podem fazer toda a diferença.

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Respostas de 17

  1. Eu fiquei na estrada por causa desse maldito câmbio powershift estragou minhas férias a minha sorte é que eu tinha seguro e fiquei com o carro reserva da seguradora e o pior de tudo é que ainda tem gente que arrisca esse tipo de câmbio, está brincando de roleta russa uma hora estoura… Que pena..

  2. Comprei um Ford Fiesta Titanium 13/14 e pawshift e logo apresentou problema onde o veículo destraciona e quando esfria volta a funcionar mas logo em seguida o problema acontece novamente, alguém fa passou por isso?

  3. Eu tenho a 3 anos uma ecosport 2013 powershift e nunca nem acendeu luz no painel, esse cambio é suave e uma obra prima inspirada no cambio PDK da porsche, o mau uso do cambio(qualquer um) e a falta de manutenção preventiva causa esse mal estar mesmo.

  4. Sim tenho uma ecosport 2013, já fiz reparo, me disseram que é preciso fazer manutenção preventiva, más como se a caixa é totalmente fechada.. sem contar que fica um absurdo o valor. Agradeço se alguém tem alguma sugestão.

    1. Olá, tudo bem?
      Neste caso, a manutenção preventiva é fazer as trocas de óleo no período recomendado. Há casos de trocas a cada 60 mil km, mas recomenda-se verificar o período junto a quem aplicou o reparo anterior (oficina/concessionária).

    1. Oi, João!
      Então, o Focus é um excelente carro, porém o câmbio Powershift tem um longo histórico de problemas.
      O segredo para fazer uma compra segura seria ter acesso ao histórico de manutenção deste carro, inclusive para saber o histórico deste câmbio, inclusive se teve recall para unidade. Se o recall foi feito, melhor.

  5. Tenho dois focus titanium sedan modelo:2018 amo de paixão o carro nunca me deu problema. Tenho desde zero kilometro e quando vou na concessionaria no abc paulista sou extremamente bem recebido. Além que o carro é um luxo só.

    1. Olá, tudo bem? Em teoria, o recall da Ford corrigiu todos os problemas de falhas precoces. Mas com o tempo de uso e desgaste natural das peças, outras falhas podem ocorrer, como ocorreria em qualquer outro componente.

  6. Possuo um New Fiesta 2015. Comprei zero km e hoje está com 113.000 km sem nenhum problema no câmbio. Para mim o carro é ótimo. Porém estou preocupado como adquirir um novo câmbio quando precisar. Tenho o certificado de garantia até 09/2025.

  7. Boa noite!
    Comprei uma ecosport titanium 2.0 ano de fabricação 2017, modelo 2018. Como saber se o câmbio já é o novo? Ou se ainda é o Powershift?

    1. Olá, tudo bem? Bom, para identificar se o câmbio da sua Ford Ecosport Titanium 2.0, fabricada em 2017 e modelo 2018, é o novo câmbio automático convencional (6AT) ou o antigo câmbio Powershift (DPS6), você pode seguir estas dicas:

      Ano de fabricação e modelo: A partir de 2018, a Ford substituiu o câmbio Powershift pelo câmbio automático convencional de 6 velocidades (6AT) na Ecosport 2.0. Como o seu carro é de fabricação 2017 (modelo 2018), há uma chance de que ele ainda tenha o Powershift, mas isso pode variar dependendo da data exata de fabricação e da transição da Ford.

      Identificação pelo VIN: O número de identificação do veículo (VIN) pode fornecer informações detalhadas sobre o câmbio. Você pode consultar o manual do proprietário ou entrar em contato com uma concessionária Ford para confirmar o tipo de câmbio com base no VIN.

      Comportamento do câmbio: O câmbio Powershift é conhecido por apresentar problemas como trancos, trepidações e falhas na troca de marchas, especialmente em baixas velocidades. Já o câmbio automático convencional (6AT) tende a ser mais suave e confiável.

      Documentação do veículo: Verifique a documentação do carro, como o manual do proprietário ou o certificado de registro. Às vezes, o tipo de câmbio é especificado nesses documentos.

      Consulta à Ford: A maneira mais segura de confirmar é entrar em contato com uma concessionária Ford, fornecendo o número do chassi ou VIN. Eles poderão verificar no sistema qual câmbio foi instalado no seu veículo.

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