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WEC 6 Horas de São Paulo tem vitória histórica da Cadillac e pódio de Barrichello

Dudu Barrichello comemora pódio em casa com os companheiros na WEC 6 horas de São Paulo (José Mário Dias)

Edição brasileira do WEC reúne público recorde, vitórias inéditas e grande atuação nacional com Eduardo Barrichello em tarde de festa em Interlagos

A etapa de 2025 do Mundial de Endurance da FIA (WEC) realizada em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, foi mais do que uma simples corrida: foi a conjunção de tudo o que se espera de melhor de uma corrida.

Com público recorde, disputas intensas e feitos inéditos, a quinta edição do Rolex 6 Horas de São Paulo consagrou a Cadillac como vencedora pela primeira vez na história da competição e levou o público ao delírio com a atuação de Eduardo Barrichello, que conquistou seu primeiro pódio no campeonato com uma manobra de tirar o fôlego nos minutos finais.

Pit Walk das 6 Horas de São Paulo foi o momento de fãs e pilotos interagirem (Foto: José Mário Dias)
Pit Walk das 6 Horas de São Paulo foi o momento de fãs e pilotos interagirem (Foto: José Mário Dias)

A Cadillac dominou a corrida na classe Hypercar com uma dobradinha histórica, enquanto a Lexus também comemorou sua primeira vitória na LMGT3. A presença massiva do público, o engajamento nas arquibancadas e o acesso à pista ao fim da prova consolidaram o evento como um dos maiores do calendário automobilístico brasileiro e internacional, mostrando que o endurance tem força e apelo cada vez maiores no país.

Cadillac quebra tabu e conquista sua primeira vitória no WEC

Cadillac Hertz Equipe JOTA (Alex Lynn, Norman Nato, Will Stevens) - (Foto: José Mário Dias)
Cadillac Hertz Equipe JOTA (Alex Lynn, Norman Nato, Will Stevens) – (Foto: José Mário Dias)

A vitória do Cadillac V-Series.R marcou um momento histórico no Mundial de Endurance. O trio formado por Alex Lynn, Norman Nato e Will Stevens, pilotando o carro #12 da Cadillac Hertz Team JOTA, superou um início de prova complicado e cruzou a linha de chegada após seis horas com 242 voltas completadas. A conquista, além de inédita para a montadora no WEC, repete um padrão que começa a se tornar característico da etapa paulista: é a terceira vez em cinco edições que uma fabricante conquista sua primeira vitória no campeonato em Interlagos. Antes da Cadillac, a Toyota fez isso em 2012 e a Porsche em 2014.

Mesmo largando na pole, o Cadillac #12 enfrentou um revés ainda na primeira metade da prova, sendo punido com um drive-through por irregularidade na pressão dos pneus. A penalização custou tempo, mas não comprometeu a estratégia da equipe, que conseguiu recuperar terreno com ritmo forte e decisões táticas precisas. Antes da metade da corrida, o carro já havia reassumido a liderança, consolidando sua posição rumo à vitória.

A dobradinha foi completada pelo Cadillac #38, guiado por Earl Bamber, Sébastien Bourdais e o campeão mundial de Fórmula 1 Jenson Button. O trio manteve a consistência ao longo das seis horas e segurou a pressão do Porsche #5 de Michael Christensen e Julien Andlauer, que chegou a liderar nos primeiros momentos da corrida e terminou com o último lugar no pódio, após intensa disputa pela vice-liderança nas voltas finais. O Porsche #6, com Kevin Estre e Laurens Vanthoor, ficou em quarto, seguido pelo BMW #20, que garantiu um top-5 suado após ultrapassar o Peugeot #94 nos minutos finais.

Na outra ponta da tabela, o Ferrari #51 — atual líder do campeonato com Antonio Giovinazzi, Alessandro Pier Guidi e James Calado — teve uma jornada difícil. Após uma corrida de recuperação, o carro chegou a ocupar o décimo lugar, mas foi punido com um drive-through por uma manobra polêmica na reta oposta, onde forçou a saída do Porsche #99. O resultado marcou a primeira vez no ano em que o trio italiano não pontuou, embora ainda mantenha a liderança no campeonato.

Lexus triunfa na LMGT3 e Dudu Barrichello brilha com pódio emocionante

Equipe # 87 Akkodis ASP (José María López, Clemens Schmid, Razvan Umbrarescu) nas 6 horas de São Paulo (Foto: José Mário Dias)
Equipe # 87 Akkodis ASP (José María López, Clemens Schmid, Razvan Umbrarescu) nas 6 horas de São Paulo (Foto: José Mário Dias)

A classe LMGT3 também teve sua dose de história e emoção. A vitória ficou com o Lexus RC F GT3 da Akkodis ASP Team, pilotado por José María López, Clemens Schmid e Razvan Umbrarescu. Após largar na segunda posição, o trio impôs ritmo superior ao longo da prova, a ponto de superar um drive-through e ainda manter a ponta com autoridade até a bandeirada final. Foi a primeira vitória da Lexus na nova classe do WEC.

Mas o destaque absoluto ficou por conta de Eduardo Barrichello. O piloto brasileiro, ao lado de Anthony McIntosh e Valentin Hasse-Clot, partiu com o Aston Martin Vantage GT3 da equipe Racing Spirit of Léman e protagonizou um dos momentos mais memoráveis do fim de semana. Após uma rodada ainda na primeira hora de prova, causada por McIntosh, o carro #10 caiu para o quinto lugar. A recuperação foi gradual, mas firme, e nas voltas finais, Dudu imprimiu um ritmo quase meio segundo mais rápido por volta que os concorrentes diretos.

Dudu com a torcida após o pódio na WEC 6 Horas de São Paulo - (Foto: Luís França)
Dudu com a torcida após o pódio na WEC 6 Horas de São Paulo – (Foto: Luís França)

Com o tempo se esgotando, o brasileiro ultrapassou o Lexus #78 e partiu para o ataque contra os carros da Iron Dames e do Corvette #81, que ocupavam as últimas posições do pódio. A manobra decisiva veio na penúltima volta, quando Barrichello conseguiu emparelhar e ultrapassar por fora a dinamarquesa Michelle Gatting no Laranjinha, numa manobra ousada e precisa. A ultrapassagem garantiu o terceiro lugar, seu primeiro pódio no WEC, em sua quinta participação na categoria.

Ovacionado pelo público, Eduardo Barrichello ainda foi eleito o “Piloto do Dia” em votação popular. Após a corrida, emocionado, ele agradeceu o apoio da torcida e destacou o trabalho conjunto da equipe. “Foi muito legal. Estou muito agradecido a toda a torcida. Tenho muito orgulho de ser brasileiro e muita gratidão pelo suporte. Tive de confiar nos engenheiros, e eles em mim. Gerenciamos bem os pneus e conseguimos executar o plano.”

Público recorde e festa dentro e fora da pista

WEC 6 Horas de São Paulo recebeu mais de 84 mil pessoas no autódromo de Interlagos (Foto: Marcelo Pereira)
WEC 6 Horas de São Paulo recebeu mais de 84 mil pessoas no autódromo de Interlagos (Foto: Marcelo Pereira)

O Rolex 6 Horas de São Paulo não brilhou apenas pelo espetáculo na pista. Fora dela, o evento bateu recordes e consolidou-se como um dos maiores do automobilismo nacional. Foram 84.741 espectadores durante o fim de semana, superando com folga os 73 mil registrados em 2024. A organização disponibilizou venda antecipada de ingressos para a edição de 2026, com 50% de desconto, o que indica confiança e continuidade do crescimento do evento.

Luciana Mello interpretou o hino nacional na abertura da WEC 6 Horas de São Paulo (Foto: José Mário Dias)
Luciana Mello interpretou o hino nacional na abertura da WEC 6 Horas de São Paulo (Foto: José Mário Dias)

A atmosfera em Interlagos foi marcada por um festival de atrações. A cerimônia pré-corrida teve show do bloco carnavalesco Ritaleena, participação da Escola de Dança do Theatro Municipal de São Paulo e performance da Trupe Baião de Dois com pernaltas animando o grid. A cantora Luciana Mello foi responsável pela execução do Hino Nacional, e a largada simbólica foi dada por Rubens Barrichello, carregando a bandeira brasileira.

Rubens Barrichello na conferência de início da prova das 6 Horas de São Paulo (José Mário Dias)
Rubens Barrichello na conferência de início da prova das 6 Horas de São Paulo (José Mário Dias)

Durante a corrida, o público teve acesso à Fan Zone, uma área de 45 mil metros quadrados repleta de experiências imersivas. Entre as atrações, estavam exposições de carros e capacetes históricos, lojas, foodtrucks e shows organizados pela 89 FM A Rádio Rock, que levou nomes como Raimundos, CPM 22 e Capital Inicial para o palco do evento. O encerramento com a banda Capital Inicial foi mais um ponto alto da programação, criando um ambiente de festival para fãs de todas as idades.

Um dos momentos mais celebrados foi a liberação da pista ao fim da prova para que o público pudesse se aproximar dos carros e pilotos durante as cerimônias de pódio, tanto na classe Hypercar quanto na LMGT3. A iniciativa foi inédita no evento e fortaleceu o vínculo entre os fãs e o espetáculo do WEC.

Expectativas para 2026 e próximos desafios

Com o sucesso absoluto da edição de 2025, as expectativas para 2026 são elevadas. A próxima corrida em Interlagos está marcada para 12 de julho do ano que vem, e já tem vendas abertas. A etapa brasileira se fortalece como um marco no calendário do WEC, não apenas pela organização e público, mas também por ser historicamente palco de primeiras vitórias de fabricantes, o que reforça o apelo competitivo e simbólico da prova.

Antes disso, o campeonato segue para o Circuito das Américas, em Austin, no Texas, no dia 7 de setembro. Será a próxima oportunidade para as equipes retomarem a briga pelos títulos nas duas categorias e para os brasileiros, como Barrichello, consolidarem seus nomes no cenário internacional do endurance.

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